sábado, 31 de dezembro de 2011

Crônicas Cinzentas - Gwain, o Ranger Elfo [Parte Final]

Continuação...

Gwain passou a viver em florestas ali e acolá.

Não tinha essa pretensão, mas acabou se tornando uma espécie de guardião da natureza. Ao mesmo tempo em que o “caçador” protegia seus vizinhos, observava os intrusos humanos. Seus hábitos, suas manias, suas habilidades e fraquezas. Se o elfo queria vencer aqueles que destruíram tudo o que conhecia, precisava saber como.

Mais de uma vez, Gwain afugentou grupos de “ladrões de pele” das florestas por onde passava. Com isso, além de inimigos, fez diversas vítimas, sem guardar qualquer rancor. A frieza com que fora agraciado, possibilitou estudar a anatomia de suas presas.

Depois de algum tempo, o elfo sabia tudo que precisava sobre a natureza e a anatomia humana, mas movido pela curiosidade, queria mais. Começou a frequentar pequenas vilas, disfarçado. Onde entendeu que apesar do seu ódio pela raça, nem todos mereciam a ponta de sua flecha no peito.
Era difícil saber que era bom, mas não tão complicado assim decernir quem era mal. Os opressores ou “valentões” tinham hábitos comuns e andavam em grupo. Na maioria das vezes seguindo ordens de alguém muito pior, mas para o elfo, isso não os livrava da responsabilidade e da punição imposta pelo caçador.

Movido por um sentimento de justiça, alimentado por sua sede de vingança, o Ranger Elfo tornou os humanos sua principal presa e assim passou a caçar todos aqueles que ele julgava vis e maldosos. Passando a frequentar vilarejos humanos durante a noite. Dando cabo de ladrões, assassinos e valentões. Uma espécie de justiceiro, mas seu intuito não era ajudar os homens bons, isso sequer passava por sua cabeça, seu real motivo era o de encontrar seu único e verdadeiro alvo. Aquele que o privou de sua família.



Em foi em uma dessas noites, em que o elfo, espreitando um grupo suspeito, após ouvi-los planejando a captura e morte de alguém, adentrou a taverna e presenciou uma cena de agressão a “um certo bardo” que conhecemos.

A agressão a alguém notoriamente mais fraco não no impeliria a agir na frente de todos, revelando sua natureza “diferente”. Ele esperaria a confusão acabar para depois abater os agressores, era um caçador muito inteligente e metódico.

Contudo, ao ouvir a palavra “mestiço” e ver que o alvo da agressão era também uma igual ou uma meia-irmã, a cena do massacre em sua vila veio em sua mente junto de uma enxurrada de emoções e por um segundo removeu toda sua serenidade. Segundo esse o suficiente para sacar seu arco, aprontando-o com uma flecha e disparando em um tiro certeiro.

Quando voltou a si, uma nova flecha já estava pronta para disparar novamente. Por essa noite, os homens que destruíram sua vila, seria aqueles que estavam a sua frente.

- Acho que sou eu que vocês estão procurando!