quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Crônica Cinzenta - O reino da Rocha Branca

Deixe-me contar-lhe sobre o Reino da Rocha Branca, que viveu sua ascensão a pouco mais de três séculos, quando a dinastia Shub uniu os reinos menores das terras meridionais e todos os reinos dos homens ficaram sob uma única bandeira. Infelizmente, o período em que reino tornou-se mais conhecido e poderoso não foi o mais nobre. Apesar de que isso não é uma novidade entre os humanos. São sempre as piores coisas que causam os maiores impactos.

Quando Zillion Shub, "O Louco" assumiu o poder um conjunto de mudanças se iniciaram. O fortalecimento de seu exército e o aumento dos impostos foi o primeiro sinal, mas não o maior. Além de mandar esculpir a maior estátua já vista, na encosta dos montes Escarlates, homenageando seu pai, ou a si mesmo, como muitos alegam, o soberano promoveu a maior chacina racial já vista em toda Terra Cinzenta. Os "mestiços" como ele começou a chamar meio-elfos, meio-orcs e posteriormente todos os não humanos, que viviam em várias cidades e vilarejos, foram caçados e mortos sem piedade por todo reino.

Ao ser inquirido sobre os acontecimentos, por elfos e outros povos, se defendeu dizendo que as ações partiam de um grupo extremista que se intitulava "Os Cavaleiros da Noite", não tendo qualquer ligação com ele ou com os soldados do reino. Estes assassinatos terríveis ocorriam com cada vez mais frequência, durante alguns anos, causando terror em qualquer não humano que vivesse no reino. O horror atingiu o seu ápice quando uma vila élfica, que ficava no limite oeste do reino humano, foi atacada e nenhum habitante sobreviveu.

Os elfos se sentiram traídos e resolveram dar um basta naquela situação. Um exército elfico das florestas do sul, comandados pelo Grão-Mestre Ylendor Valmarion foi mobilizado com ordens de marchar para o Reino da Rocha Branca e voltar com as cabeças dos responsáveis, mesmo que isso significasse trazer a cabeça do próprio rei, Zillion.

O soberano humano, rapidamente enviou um mensageiro às terras élficas, prometendo caçar os responsáveis e faze-los pegar pelo ocorrido. Dizendo ainda que, caso uma coisa como aquela se repetisse, aceitaria as imposições dos elfos, como se ele mesmo tivesse sido o culpado. Desse dia em diante, os ataques cessaram, quase que em sua totalidade, mas o medo ainda existia. Obviamente, nenhum dos reais culpados foi preso ou condenado.

Quase sessenta anos depois, quando o trono da Rocha Branca passou ao filho de Zillion, Zonnor Shub, "O justo" é que a verdade foi revelada. O antigo monarca havia formado a Ordem dos Cavaleiros da Noite, com ordens claras de "limpar" o reino livrando-se dos "mestiços". O próprio Zonnor a dissolveu, contrariando as suplicas do pai em seu leito de morte, que acreditava realmente, que eles eram superiores. Que as demais raças, poluíam aquelas terras, só pelo fato de respirarem, de andarem pelos campos. Enquanto confessava suas atrocidades, foi chamado de louco pelo filho e essa passou a ser sua alcunha.

Assim, por mais de 30 anos, a paz entre os povos foi mantida. A aliança e a confiança com os elfos estavam sendo restauradas. Após um pedido formal de desculpas, o monarca colocou-se sob a espada e a justiça do povo élfico, recuperando sua honra e seu respeito. Porém, nada que é bom, dura muito, o mais justo dos monarcas partiu cedo, deixando o ainda adolescente Zink’or Shub, que se auto intitulou "O Puritano", mas que receberia a alcunha de "O assassino" anos depois traria novamente o terror a toda e qualquer raça, não humana.

Mas essa história vai além do meu breve resumo, então vamos voltar a falar de Bardo e de sua nova amiga.

2 comentários:

  1. Não estava presente naquela época, mas contam as lendas que foram anos negros na alma dos homens. Muitos cogitaram rebelar-se, outros queriam fugir... mas a verdade que poucos fizeram algo e nada mudou. Agora vivemos momentos de tensão, onde todo aquele medo e terror pode voltar.

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  2. Coisas piores estão por vir. Não se pode confiar nos "homens"

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