quinta-feira, 8 de março de 2012

Crônicas Cinzentas - Fagorn, o Paladino [Parte 03]



Continuação...

Em seus sonhos, Fagorn vivia aventuras em terras distantes. Cavalgava um grande garanhão, como aquele que o estranho visitante montava. Era imponente e respeitado, com armadura reluzente e espada embainhada. Cruzava os campos verdejantes do oeste, cujas histórias de seus mestres ilustravam como os mais verdes da terra. O vento, macio e agradável, acariciava seu rosto com uma leve brisa. O sol era ameno, como em uma tarde de primavera.

Ao longe, ele avistara uma grande árvore com frutas por toda sua extensão. Não sabia que tipo de frutas era, mas sua beleza esplendorosa garantia um sabor magnífico, antes mesmo que pudesse vê-las de perto.

Observou a árvore por alguns instantes de longe, mas logo, quase que instintivamente, cavalgou mais rápido na direção dela, para que pudesse vislumbrar melhor sua imponência. A imagem do firme tronco e de suas folhas verdes e largas, crescia em sua frente a cada galope e enchia seus olhos de beleza e seu coração de esperança. Aquilo era mais que somente uma árvore em seu íntimo, representava suas raízes, todo seu aprendizado. E lá estava Fagorn, tranquilo e sereno.

Subitamente uma sensação diferente toma sua atenção de assalto. O cavalo interrompe seu caminho e hesita por um instante. Os olhos do aprendiz procuram no céu a explicação para aquele sentimento de aflição. E sem demora, uma bola de fogo de dimensões titânicas corta o céu como um meteoro incandescente, em uma velocidade inacreditável, deixando um rastro de fumaça que manchava a imensidão azul.

De forma abrupta e violenta, a grande bola de fogo acerta a magnífica árvore causando uma grande explosão. O impacto fizera Fagorn e seu cavalo tombarem em um baque súbito no chão estremecido. Um cogumelo de fumaça e cinzas brotou de onde antes apenas a beleza daquela grande árvore podia ser vista. A imagem era tão pavorosa que o aprendiz se negou a olhar até entender que era preciso.

A fumaça trouxe com ela o odor da destruição e uma chuva de cinzas, pedaços de madeira e folhas queimadas. Em poucos segundos, todo aquele esplendor deu lugar a um mundo cinza e quente. Fagorn não podia ver direito o que havia acontecido então, movido por uma mistura de medo e indignação, levantou-se tentou avançar. Não sabia o que podia ou precisava fazer, mas sabia que devia fazer.

Em poucos segundos e alguns passos a frente, pode avistar a mais tenebrosa das imagens que teria visto até então. A esplendorosa árvore que representava o que ele conhecia e acreditava estava partida ao meio e tomada pelas chamas. Labaredas gigantescas cobriam até o ponto mais alto dos galhos, transformando aquilo em uma fogueira gigante.

Imóvel, o aprendiz observava tudo com um nó na garganta. Logo, percebeu que além da aflição, a fumaça era densa demais ali e aquilo o estava sufocando. Mal podia respirar quando se deu conta que o fogo também avançava sobre ele e o calor já estava quase insuportável. Antes que pudesse fugir, uma enxurrada de sentimentos o derrubou, deixando-o de joelhos, indefeso e impotente. Tentou se levantar, mas não pode. Estava tonto pelo calor que aumentava cada vez mais e sem fôlego, pela fumaça e cinzas que inspirava e já faziam seu nariz sangrar.

No instante final, quando tudo parecia perdido e a imagem que lhe restara era do fogo consumindo tudo o que tinha, um novo estrondo e um impacto em seu ombro o despertaram. Finalmente, o aprendiz fora liberto daquele terrível pesadelo, tão real que ainda podia sentir o forte calor e o cheiro das cinzas.

- Vamos garoto! Não há muito tempo.

A voz grave e rouca, desconhecida por Fagorn o fez saltar e cair sentado do monte de feno onde havia adormecido. Seus olhos custaram a acreditar no que via. O cavaleiro que tivera resgatado no inicio da noite estava ali, estava de pé a sua frente. Vestindo aquela poderosa armadura, com semblante firme, porém aflito.

- Melhor se apressar se quiser viver!

Havia muitas perguntas que Fagorn gostaria de fazer à aquele guerreiro, que fitava com admiração, mas todas foram rechaçadas após sua última frase.

O que ele quer dizer com...


Seu raciocínio não pode ser concluído devido um ataque de tosse pelo que foi acometido. O odor de cinzas era predominante e havia fumaça por todo o celeiro. Tudo começava a fazer sentido na jovem mente do aprendiz.

- O que? O celeiro está em chamas?

Havia um incêndio no celeiro, claro. Isso explicaria todo aquele sentimento em seu sonho. Uma reação inconsciente a um problema real. Aquilo o tranquilizou quando ao sonho, mas o pôs de pé, assustado e alerta. Afinal, tinha que ser rápido para conseguir conter as chamas e evitar qualquer tipo de estrago. Como poderia explicar algo assim aos mestres do monastério?

O cavaleiro se afastou enquanto Fagorn correu até a porta celeiro. Porém, a pouca luz o fez tropeçar em algo e cair, chocando o rosto ao chão. Enquanto ainda esbravejava notou que, o que o derrubou foi um corpo inerte no chão. A silhueta de um homem de bruços ali provocou um impacto assustador e o fez rastejas para atrás, onde havia outros dois corpos. Com certeza, uma experiência muito aterrorizante para alguém tão jovem. O terror do menino foi ainda maior quando pode identificar que um deles estava decapitado.

Na verdade, os corpos tinha membros faltando. Braços e pernas estavam dilacerados e espalhados pelo lugar. Olhando pelo local, ainda muito nervoso, Fagorn pode identificar cinco corpos ao todo. Assustado e acuado em um canto do celeiro, o aprendiz não consegui se mover.

- Venha comigo! Vamos...

A voz rouca novamente desperta Fagorn, desta vez do choque causando pelo espanto daqueles cadáveres. O cavaleiro, com uma das mãos, ergueu o jovem aprendiz, tomando pelo braço o colocando de pé. Apesar de não haver nenhum foco de chamas ali dentro, existia muita fumaça uma luz forte era emanada do lado de fora.

O celeiro não pegou fogo... Alguém tentou incendiá-lo.


Em meio a seus devaneios, Fagorn notou que o cavaleiro estava alerta, de espada em punho. A lâmina possuía as marcas do combate que houvera ali. Estava coberta de sangue, possivelmente dos corpos que estavam pelo chão. Caminharam juntos, rapidamente até uma porta lateral que dava acesso a um lago, onde havia um pequeno bote com remos e posteriormente a um bosque.

- Garoto me ouça. Quando eu der o sinal, você corre até aquele bote, sem olhar para trás. Reme até o outro lado da margem, corra por uma hora e depois se esconda.

Por um instante, o aprendiz desconfiou do cavaleiro e o desafiou.

- Não, precisamos ir ao mosteiro, lá estaremos seguros. Meus mestres vão nos ajudar.

O cavaleiro dispara um olhar firme, porém piedoso para com o aprendiz. Nenhuma palavra fora proferida, mas era como se uma cruel realidade fosse revelada da forma mais cruel possível.

Foi inútil para o cavaleiro, tentar conter Fagorn, que passou por ele abriu as portas e viu a árvore de sua vida em chamas, mas dessa vez não era um sonho. O monastério estava tomado por chamas intensas e gigantescas labaredas, que se erguiam muito acima do telhado do lugar. Uma cena terrível. As paredes ardiam como em uma grande fornalha.



Nesse momento, Fagorn se ajoelhou e chorou. Como nunca tivera feito em toda sua vida e nunca mais viria a fazer. Nascia ali, em sua maior dor, o sentimento que guiaria suas ações daquele instante até o final de sua vida.

---

Este é o penúltimo capitulo que conta a origem do Paladino Fagorn, um dos heróis das Crônicas Cinzentas.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Action Figures e Miniaturas - Paixão de colecionador!

Olá amigos

Enquanto as Crônicas Cinzentas não continuam, gostaria de compartilha com vocês minha mais nova aquisição. Um action figure do World of Warcraft, o Troll Priest Zabra Hexx.


Sim, adoro action figures. Sempre vejo pela internet e fico namorando eles pelo eBay, mercado livre ou mesmo em lojas especializadas... Mas entrar em uma loja física que só vende isso, é outra história.



Não bati fotos do lugar, mas aconselho a todos que moram ou por ventura viajem à São Paulo, visitem o bairro da Liberdade. Além dos action figures de jogos, filmes, animes (etc..) famosos, tem muitas outras coisas: Mangás e HQ's raros, miniaturas, camisetas, canecas... Tinha esquecido como é entrar numa loja e me sentir "bem vindo".

Aliás, miniaturas, além de colecionar, uso em minhas aventuras de RPG. São excelentes. Parte da minha coleção eu comprei pela web mesmo, mas é muito provável que ela aumente, em breve.


Aliás, miniaturas, além de colecionar, uso em minhas aventuras de RPG. São excelentes. Parte da minha coleção eu comprei pela web mesmo, mas é muito provável que ela aumente, em breve.


O que vocês acham? Óbvio que eu fico "mega empolgado" quando falo sobre isso. Tenho outras miniaturas, mas mostro em outra oportunidade. *principalmente as de Star Wars.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Escrevendo Aventuras de RPG

O Guerreiro Bardo faz uma pequena pausa nos contos para colocar em pauta um assunto
que tenho discutido na “time line” do Twitter. Estilos literários e narrativas de aventuras rpgisticas.
Acho que todos têm certa percepção e um ponto de vista bem definido
sobre o assunto. Como fui questionado recentemente por isso, resolvi postar
aqui a minha opinião. Gostaria que todos que puderem ler, respondessem via
comentário com opiniões, sugestões e críticas.



ESCREVENDO AVENTURAS DE RPG

Escrever sobre aventuras de RPG, das quais você participou seja como mestre
ou como jogador, parece algo simples e na verdade não tem muito segredo.
Contudo, a empolgação sobre a aventura vivida na mesa e a diversidade de
estilos de narrativa, podem intervir no resultado final do seu texto.

Em minha opinião, antes de começar a escrever, o primeiro ponto que deve
ser levado em consideração é imaginar qual o resultado final que você
espera, que tipo de impressão ou emoções quer passar ao leitor. E é baseado
nesse desejo que você vai optar pelo estilo mais apropriado.

O mais comum é querer impressionar o leitor com os detalhes da mesa, dos
jogadores, o uso das regras e seu conhecimento sobre o sistema. Para
isso, muitos amigos utilizam um método mais descritivo que gosto de chamar
de "Descrição da mesa".

Já vi alguns blogs que escrevem desse jeito e, em minha opinião, para
leitores quem gostam e entendem de role-play e do sistema utilizado adoram
esse estilo. Isso porque esse tipo de narrativa insere quem lê no seu
mundo, e este acaba se sentindo parte do universo. Geralmente, as
narrativas descrevem detalhes do que ocorrera na aventura, as ações e
reações de cada personagem, as jogadas de dados, tudo em uma visão de mesa
mesmo. Eu me divirto muito lendo textos assim.

O ponto negativo desta narrativa é que ela exclui, em partes, quem não
entende muito do sistema usado e leitores em geral, que não jogam RPG.
Ainda assim, ao público rpgista é um excelente método.

Quando a ideia é encher de emoção e demonstrar ao leitor a sua visão da aventura, o melhor método é o do "Conto Romanceado". Trata-se de, basicamente, contar a aventura como em um livro, excluindo qualquer detalhe de regras ou efeitos externos à mesa, narrando o mundo de fantasia como se fizesse parte dele.

Esse estilo de contos romanceados, eu ainda vejo com três subdivisões bem distintas: as narrativas em terceira pessoa, as narrativas em primeira pessoa e uma que mistura os dois estilos e que chamo de "leitura de diário". Trata-se de um terceiro, narrando uma aventura vivida em primeira pessoa. Confuso!? Então vamos lá.

A narrativa em terceira pessoa não tem segredo algum. O escritor assume o papel de um narrador, contando a história com uma visão externa. Geralmente, usado por mestres de mesas de RPG. É o modo mais fácil de dimensionar o que ele vê perante os demais. A narrativa não oscila, mesmo quando vai para detrás dos olhos dos personagens. Clássica... Simples e direta.

A narrativa em primeira pessoa é, justamente, o relato de alguém vivendo a história naquele instante. Não há pistas do futuro ou a visão de outras pessoas. Somente a sua perspectiva, suas impressões, suas noções do que passou e do que está por vir. Gosto de usar em alguns contos, mas é, em minha opinião, difícil de ser seguida por completo, contudo, talvez a melhor forma de um personagem narrar sua participação em uma aventura. Narrando de dentro, como parte de algo maior.

A narrativa "leitura de diário", apesar de parecer confusa, é bem simples. Ela geralmente começa como uma narrativa em primeira pessoa, contudo ela pode "sair do corpo" e avaliar outras impressões ou ocorrências. Pode ser justamente, alguém lendo um diário e tendo, no futuro, as impressões de quem viveu aqueles relatos. Ela pode oscilar dentre os estilos, indo para terceira pessoa e voltando para primeira sempre que necessário, porém mantendo uma continuidade coerente.

Os três estilos, bem comuns em diversos gêneros de livros, de suspense à fantasia. São fáceis de identificar quando se está lendo, mas é preciso de um pouco mais de atenção quando se escreve. E lembrando sempre que essa é a minha opinião e a minha impressão, que tem como premissas os meus conhecimentos literários.

Agora, qual a sua opinião? O que prefere ler e o que prefere escrever? Conhece outros estilos? Discorda de algum? Comente!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Crônicas Cinzentas - Fagorn, o Paladino [Parte 02]



Continuação...

Em uma noite, fria a chuvosa, Fagorn estava no celeiro, onde passava sempre muito tempo, sonhando com suas aventuras pelo mundo. Imaginava uma grande batalha nos confins da terra cinzenta, onde defendia a honra dos oprimidos com sua espada.

Enquanto disputava a peleja com seus inimigos imaginários, um estrondo o faz cair de um cavalete onde estava apoiado. Sua atenção foi direcionada no mesmo instante para a porta, mas manteve-se imóvel, atrás do monte de feno, onde caíra. Olhando fixamente para porta, levou um susto com uma nova batida que ocorrera. Claramente eram investidas contra a grande porta de carvalho, maciça, que mantinha o frio, a chuva e seja lá quem estivera tentando entrar, do lado de fora. Ainda imóvel, o jovem aprendiz estava atento.

Um terceiro e último estrondo, ainda mais forte que os dois primeiros ocorreram. Desta vez, fora o suficiente para arrebentar a tranca que segurava a porta. Um firme caibro que ficara disposto na horizontal e mantinha a entrada selada. O força foi tamanha que o fez estilhaçar em 3 pedaços.

Fagorn prendia a respiração, num misto de medo e excitação, com o que estava prestes a ocorrer. A fraca iluminação do celeiro permitia ver uma grande silhueta à porta, que lentamente adentrava ao lugar. Um cavalo branco, ornado com armaduras de guerra, douradas e reluzentes, marchava celeiro à dentro. Um poderoso garanhão, como o jovem jamais avistara, forte e imponente, trilhou seu caminho até aproximar-se de um monte de feno. Ali, ajoelhou e em seguida se deitou.

Os olhos de Fagorn moveram-se pairando sobre cela do belo animal, onde estava desfalecido, um cavaleiro. Um grande guerreiro, usando uma armadura prateada e reluzente, porém manchada do que parecia ser sangue deixava, lentamente, seu corpo cair da cela, deitando-se sobre o feno. Em seguida, o sagaz equino, levantou-se e foi até a grande porta, tentando encosta-la, possivelmente pra evitar o frio de entrar.

De longe, o aprendiz apenas observava tudo, sem mover um único músculo. Aquilo tudo estava muito além do que poderia compreender e isso o deixava ainda mais curioso, suprimindo seu medo. Então, num ato de coragem, ou de insanidade, deu um salto, pondo-se de pé e correu até a porta. Fora em direção a outro caibro, disposto em uma estante lateral, que pudesse substituir aquele que estava partido, para conseguir fechar a porta.

Assim que notou Fagorn, o poderoso garanhão virou-se para ele, preparando uma investida. Só então o aprendiz parou e pensou na possível estupidez que fizera, expondo-se daquela forma. Agora, estava frente a frente com o mais belo, porém amedrontador cavalo que já conhecera. Não haveria tempo para fugir ou tentar uma manobra de esquiva, seria atingido em cheio e sem chances para defesa.

Sem muitas alternativas, o jovem encarou o animal e ele fizera o mesmo, mantiveram-se assim por alguns instantes até que o cavalo de guerra afastou-se, sem qualquer reação ofensiva. Por mais alguns segundos o aprendiz permaneceu estagnado, sem respirar, até que uma forte e fria rajada de vento e chuva adentrou ao celeiro, açoitando seu rosto e libertando-o do transe. Só então pode concluir o que quisera, fechando novamente a porta e selando-a com o novo caibro.

Quando seu olhar se voltou ao cavalo novamente, ele estava deitado ao lado daquele que o montara. Os olhos do animal se mantinham em Fagorn, porém não mais com semblante de batalha e sim de curiosidade. Além de magnífico, o equino fora brilhantemente treinado, possivelmente por aquele que ali estava desfalecido. E como se estive diante de sua própria cria, vigiava com todo zelo seu cavaleiro.

Lentamente, o jovem aprendiz caminhou até onde estava cavaleiro e seu cavalo. Este segundo continuava acompanhando-o com o olhar, sem nenhuma reação, enquanto Fagorn se aproximava. Lá chegando, pode vislumbrar o grande cavaleiro, a grandiosidade de sua armadura e a gravidade de seus ferimentos.

A armadura prateada, reluzente, que podia refletir o movimento de cada chama acessa nas tochas daquele lugar, estava manchada pelo sangue que advinha de um corte profundo, próximo a axila esquerda. O espaço vulnerável da armadura, onde não havia placas, fora perfurado por um golpe poderoso de lança ou de uma grande espada. Os hematomas no rosto e as muitas marcas de golpes no restante da armadura, contavam a história de uma batalha travada, quase até a morte, que deixou o guerreiro naquele estado de quase morte.

Movido por sua compaixão, Fagorn afastou-se do cavaleiro e correu até um velho armário de madeira, mantido no celeiro, onde ficavam algumas mantas e itens de primeiros socorros. Quase tudo ali é para uso nos animais que serviam nos trabalhos do campo, mesmo assim podiam ser úteis, nas mãos certas. Mesmo muito jovem, o aprendiz tinha habilidade para fazer curativos ou medicar pequenos ferimentos. Passara muitos dias ajudando o curandeiro local e fazia isso de bom grado. Então, após apanhar alguns itens que julgou útil, correu novamente até o guerreiro caído.

Com muita dificuldade, Fagorn removera a parte superior da armadura do guerreiro e o que pode ver foi um corpo marcado pela dor e pelo sofrimento. Não havia um único local sem uma cicatriz ou um hematoma. Seja lá o que aquele guerreiro tivesse feito, deixou muitas pessoas descontentes.

O corte, próximo a áxila direita, tinha a largura de quatro dedos e havia rasgado a carne e os músculos do local. O aprendiz limpou a ferida com um mistura de água com um liquido de cheiro forte e que provocava certa ardência, porém excelente para remover todo tipo de sujeira e impurezas. Esse processo provocou alguns gemidos do guerreiro.

... ao menos está vivo...


Em seguida, aplicou uma pasta de ervas, usada em ferimentos de cavalos para conter a infecção e ajudar na cicatrização. Nos animais, o efeito era sempre muito positivo. Por último, cobriu o cavaleiro com uma grande manta, deixando apenas cabeça e o local o ferimento de fora, assim manteria seu corpo aquecido e a ferida bem ventilada.

Quando Fagorn terminou, com as mãos e roupas bem sujas de sangue, pode ouvir um murmúrio vindo do guerreiro, que mal conseguia abrir os olhos. Dentre as palavras proferidas e forma trêmula e rouca, pode discernir.

– Obrigado, meu filho...


Aquele singelo agradecimento, acalmou a alma do jovem aprendiz, que se levantou e foi se lavar e um balde que já transbordava de água da chuva, aparada de uma goteira. Depois de remover o sangue de suas mãos, subiu até a parte mais alta do celeiro, levando consigo uma manta. Resolveu dormir ali mesmo, para pela manhã, avisar um de seus mestres sobre o que havia acontecido. A excitação pelo que aconteceu e a ansiedade pelo que viria com o amanhecer o manteve acordado por mais algum tempo, até que seu sono, embalado pelo barulho da chuva venceu o Fagorn finalmente adormeceu.

...

Nota do autor:
Acredito que a apresentação de personagens de uma aventura, vai além sua origem e seus atributos físicos. Gosto de embasar seu comportamento e o modo como é visto pela sociedade que o cerca com acontecimentos de sua vida. Isso, em minha opinião, aproxima o leitor de cada um dos personagens aumenta seu envolvimento com a aventura.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Crônicas Cinzentas - Fagorn, o Paladino [Parte 01]

A história desse homem começa a aproximadamente cem anos atrás, quando ele ainda garoto, foi deixado às portas do Monastério das Almas, nos campos de sementes Vale do Sol. Um vale situado aos pés de uma colina conhecida Sussurro do Vento, ao sul da Floresta dos Sonhos Perdidos. No extremo sul do reino dos homens, a muitos dias de viagem daqui.

Os clérigos que viviam no monastério sempre foram bons homens, devotos dos deuses da bondade, como Yon e da justiça e coragem, como Heironeous. E estes educavam os jovens, orientando-os no caminho da luz. Com estes conceitos cresceu Fagorn Holypride ou "Orgulho Santo".

Hoje é conhecido como "O Cavaleiro da Justiça", "Defensor dos injustiçados", Paladino devoto de Heironeous, munido de uma "fé inabalável", seu nome ecoa pelos quatro cantos do reino do Rocha Branca e em toda a Terra Cinzenta ele é reconhecido... mas nem sempre foi assim. Em seu caminho, muitas vezes sua fé foi testada e por muitas vezes ele fraquejou. Era muito impulsivo e ingênuo. Os clérigos haviam o preparado muito bem seu espírito, os monges, fortalecido seu corpo, mas sua mente ainda era fraca, subjugada frente aos conhecimentos mundanos.

Fagorn sempre fora fisicamente muito forte. Alguns clérigos diziam que ele era filho de cavaleiros do leste, outros que são pai era um gigante do norte e sua mãe uma deusa. Apesar disso, a verdade sobre sua origem sempre fora um mistério, mas era visível que seus pais não eram daquela região, eles eram diferentes. Sua força, seu vigor e sua constituição física eram incríveis.

Enquanto ainda era apenas um aprendiz, ajudava nos campos de semente. Trabalhava durante todo o dia no cultivo da terra. Arando, plantando, colhendo, preparando o solo. Monges e clérigos acreditavam em uma ligação da natureza com suas divindades. Por isso, mantinham todo o meio ambiente ao seu redor em equilíbrio e harmonia. Tinham muito cuidado para não deixar que o cultivo exaurisse as terras. O braço forte de Fagorn ajudava com esses trabalhos.

O limite norte dos campos ficava próximo a um caminho. Uma rota de mercadores que cruzavam os reinos levando seus produtos. Muitos deles, compravam grãos no monastério para revender em outros lugares. Assim, ajudavam os que ali viviam, com mantimentos, roupas e demais coisas, e levavam sementes saudáveis, de todos os tipos, a diversos locais do mundo. Essa disseminação, mesmo que por um certo preço, era algo que os monges apreciavam.

Os monges e clérigos do Monastério das Almas orgulhavam-se muito do caminho que escolheram e instruíam seu pupilos a seguirem fazerem o mesmo. Assim, a linhagem de monges e de clérigos advindos dali se mantinha forte. Fagorn seria um excelente monge, devido sua força ou um abençoado clérigo, devido sua devoção, mas em seu interior, sabia que nenhum dos dois caminhos o realizava. Isso o frustrava e a seus mentores, que tinham medo de "perde-lo para mundo".

Certa vez, uma caravana de guerreiros que marchavam por aquelas terras, parou no monastério para abastecer seu estoque de água e ração. Enquanto a maioria se abastecia ou descansava, alguns faziam uma especie de jogo. Uma disputa de perícia com a espada, similar a esgrima. Fagorn, que na época tinha onze anos de idade, mas um corpanzil de quinze, observava fascinado as espadas girando no ar e se encontrando e movimentos perfeitos e sincronizados. Ele nunca tinha visto nada parecido.



Algumas semanas se passaram, depois que os guerreiros deixaram o lugar, mas todos os dias Fagorn comentava sobre o acontecido. Qualquer galho que encontrava pelo caminho se tornava uma espada, em sua imaginação e essa passou a ser sua principal diversão. Por muitas vezes ele fora advertido que guerreiros não tinham nenhum tipo de devoção ou crença e que faziam o que era preciso por dinheiro ou para seguir ordens. Aquilo sempre o deixava muito triste, contudo em seu íntimo, ele já sabia que seu destino estava no fio da espada, literalmente.

Todas as noites, Fagorn se escondia no celeiro e vivia suas aventuras. Lutava com suas espada de madeira, cujas formas havia delineado em um cabo de foice partido. Planejava o dia que deixaria o monastério e seguiria seu caminho e suas próprias aventuras. Então vinha o sentimento de culpa. Lembrava do que seus mestres falavam sobre os guerreiros e seus atos. Ao final, ajoelhava-se e pedia iluminação divina, depois guardava sua "espada" e ia dormir.

Naquele tempo, a ordem dos paladinos já não existia mais. Os mais jovens jamais tinham ouvido falar de tais homens e os mais antigos, os conheciam apenas em histórias contadas por seus pais ou mestres, quando crianças. Dizem que muitos paladinos foram corrompidos pelo "mal do mundo" outros taxados como fanáticos extremos e todos (ou quase todos) haviam sido expulsos das terras dos homens até virarem lendas. Por quase trezentos anos não se via ou ouvia falar de um homem paladino andando por essas terras. Só que isso estava pra mudar.

Continua...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Crônicas Cinzentas - A taverna de Carvalho Rubro [Parte Final]

Esse é o capítulo final do conto "A taverna do Carvalho Rubro". Parte integrantes das "Crônicas Cinzentas". Uma série baseada em uma aventura de D&D que tive o privilégio de narrar.

Agradeço a todos que acompanharam essa aventura. Trabalhei para dar a devida grandeza do combate nesta narrativa. Espero que gostem!



Continuação...


Dudu, que voltava a si, percebeu o que estava para acontecer e sentiu novamente um lampejo de coragem brotando em seu íntimo. Levantou rapidamente, apanhou uma das cadeiras que estão próximas dele e correu pelas costas de Blake, golpeando-o próximo a nuca.

O impacto fez com que a cadeira ficasse em pedaços e Blake caísse de joelhos, contudo não fora o suficiente para pará-lo. O mercenário se levantou e chutou Dudu, arremessando o bardo sobre as cadeiras próximas ao palco onde tocava, depois continuou em direção de Nina.

A feiticeira, concentrada em Erick, não percebeu que seria golpeada pelas costas e novamente, retirando alguns itens de sua pequena bolsa, repetiu os movimentos característicos, lançando outro projétil de luminoso em direção de seu alvo. Erick confuso e amedrontado tentou fugir, porém foi atingido pelas costas e uma dor muito forte consumiu suas forças, derrubando-o no chão.

Gwain pode ver de longe o esforço da meio-elfo para impedir que aquele mercenário continuasse a disparar projéteis em sua direção, se ela não intervisse ele teria sucumbido. Pode ver Blake se aproximando para acertar a feiticeira pelas costas, deixando-a sem chances para se defender. Ela seria morta ali, depois de salvar o elfo.

Assim, em um esforço quase sobrenatural, Gwain puxou uma adaga que prendia em sua bota e concentrou-se por um segundo em seu alvo. Podia sentir sua respiração, cada som daquele lugar, todos pareciam se mover mais lentamente agora.

“ ...preciso de mais tempo...”


E por mais um longo segundo ele apenas fitou a cena. Blake estava a menos de meio metro de Nina. Ela podia sentir sua presença, mas era tarde demais para agir. Dudu que estava no canto da sala, esboçava um grito, mas sua voz não saía. A adaga do perdigueiro já estava sendo impulsionada contra as costas da feiticeira... Não havia como sobreviver.

Nesse momento, prendendo a respiração e ignorando toda a dor que sentia Gwain, o ranger elfo, disparou sua adaga na direção de Blake. Girando rápido e firme, a adaga elfica com cabo de carvalho, cruzou a taverna, quase seis metros até acertar seu alvo. O menor erro de calculo poderia acertar a própria Nina, mas não foi o que aconteceu. A adaga atingiu o orifício do ouvido, rasgando os tecidos que encontrou, rachando o crânio de Blake e finalmente, derrubando-o.

O corpo inerte do líder dos Perdigueiros do Deserto, caiu sobre a feiticeira, coberto de sangue. Abafado pelo grito de Dudu, que somente agora fora proferido.

- Cuidadoooo Ninaaaa!

O impacto fora tão repentino que ela levou alguns instantes para perceber que seu algoz já estava morto. Ainda se debateu por alguns segundos, até acreditar realmente que ela estava viva e aqueles “bandidos”, não. Dudu, com a testa ainda sangrando e inchada, conseguiu levantar-se mesmo que mancando e foi até sua amiga feiticeira, que também estava coberta de ematomas.

- Vamos embora daqui. Rápido!

E ela concordou imediatamente, mas não sem antes pegar seu salvador.

- Vamos conosco. Não está seguro aqui. Não assim.

Gwain, ainda com muita dor, tentou negar, mas acabou aceitando a ajuda. Assim os três saíram juntos da Taverna do Carvalho Rubro. Feridos mais com vida. Ainda naquela noite, deixaram da cidade, pegando carona, escondidos na carroça de um mercador de legumes.

- Não há sossego para quem anda comigo. Devem me deixar na floresta, se quiserem viver em paz.

As palavras do elfo foram recebidas com um sorriso por Nina e Dudu, que tentavam cuidar de seus ferimentos.

- Não sei se notou nobre amigo, mas também não somos bem vindos em muitos lugares. A propósito meu nome é Dudu, o Bardo. Essa é Nina a meio-elfo e...

Antes que Dudu pudesse completar o ranger se antecipou.

- Feiticeira... É, eu notei. - o diálogo é interrompido por um gemido, quando Dudu retira o virote da perna do elfo - Meu nome é Gwain, Ranger da Floresta. Protetor da vida selvagem e inimigo dos homens... - Fitado por Dudu por um segundo após aquela frase, o elfo completa - ...ao menos de uma boa parte deles, mas com certeza, não de você Dudu.


Seja pelas semelhanças de ideais, pelas dificuldades em comum ou simplesmente pelo destino, um laço de amizade acabou unindo esse três seres tão distintos. Que viveriam diversas aventuras, daquele dia em diante.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Crônicas Cinzentas - A taverna de Carvalho Rubro [Parte 03]

O conto deveria ter seu final neste post, contudo achei necessário colocar mais detalhes no último capítulo. Assim ele ficou um pouco grande e tive de dividi-lo em dois, mas acredito que valeu a pena. Espero que gostem.

Continuação...

Blake segurava o braço direito, que agora possuía uma flecha atravessando-o um palmo acima do punho. O sangue escorria pela ponta de madeira, formando já uma pequena poça no chão. Em meio aos urros, Blake gritou com os "perdigueiros" com um olhar furioso, enquanto estes pareciam chocados com a cena.

- O que estão esperando? Acabem com este maldito de orelhas pontudas!

O brado sonoro ecoou pelo salão, assustando os demais espectadores e fazendo a maioria correr da taverna.

O primeiro dos mercenários a fazer menção a sacar a arma foi Ulf. E ele foi alvejado por uma flecha certeira no pescoço, fazendo-o cair imediatamente e contorcer-se até sufocar.

Enquanto o elfo, rapidamente sacava uma nova flecha da aljava para posicionar em seu arco, dois mercenários, Mok e Lyn, viraram um das mesas, fazendo uma espécie de barricada e esconderam-se atrás dela. O quarto mercenário, Erick, armava um tipo de besta, para disparar contra o elfo. E o ultimo, Hassan, partiu em uma investida puxando duas adagas, enquanto corria.

A investida de Hassan fora um sucesso, ou quase. Rapidamente ele correu até Gwain, saltando por uma cadeira e deferindo um golpe mortal, com sua adaga curvada, de aço oriental. Contudo, ainda mais rápido, o elfo saltou por sobre a mesa, girando lateralmente no ar e escapando quase que totalmente do golpe, sofrendo apenas um corte superficial no peito. Assim que seus pés tocaram o chão, inclinou seu corpo para trás, conseguindo a distância necessária para disparar sua flecha. Esta teve endereço certo, o peito do mercenário, que caiu inerte no chão após o impacto.

Antes que pudesse comemorar ou avaliar o próximo alvo, um virote de besta cravou na coxa esquerda do ranger. Erick, o mercenário que empunhava um besta leve, fora preciso em seu tiro e já preparava sua arma para um novo disparo.

Mok, um dos mercenários que estava atrás da mesa tombada, notando que o elfo estava distraído, desembainhou sua espada longa e partiu em um investida direta. A lâmina reluzia o tremular das chamas das velas do grande castiçal que pairava sobre eles no teto da taverna. Sem ter tempo e preparar o arco para um novo tiro, Gwain deu um passo para o lado e golpeou uma mesa menor, com a perna direita, atirando-a entre o joelho e a canela de Mok, fazendo cair sobre algumas cadeiras. O movimento funcionou tão bem, que o mercenário deixou sua espada cair durante a queda.

O elfo, porém, sofreu com a dor de ter se apoiado sobre a perna que tinha um virote cravado. E só não piorou sua situação, porque a dor obrigou-o a agachar-se, fazendo com que um novo virote disparado por Erick passasse apenas de raspão, junto a seu braço direito.

Enquanto o combate acontecia, Blake tomado por uma fúria insana, devido à dor causada pelo ferimento e pelo calor da batalha, quebrou a ponta da flecha que o atingira outrora e arranco-a de seu braço, fazendo um jato de sangue espirrar, enquanto urrava ainda mais alto. Foi assustador.

No canto do palco improvisado, ainda meio tonto, Dudu recobrava a consciência e tentava entender o que estava acontecendo. Ele estava atrás de Blake, mais ainda estava confuso demais para agir.

Lyn observou a investida frustrada de Mok, mas quando viu o elfo cair, decidiu que era hora de atacar também. Nina que estava caída, logo atrás de Lyn, percebeu a reação do mercenário que sacava sua espada. Instintivamente, colocou a mão em uma pequena sacola que carregava a “tira colo”, tirando algo lá de dentro. Em seguida, movimentou as mãos em frente ao rosto levemente, fazendo com que um brilho avermelhado, quase laranja, fosse emanado por elas. Quando o mercenário se levantou, Nina proferiu algumas palavras e esticou-se, tocando-o no tornozelo.

Lyn ignorou a meio-elfo, partindo para sua investida, mas quando impulsionou seu corpo com força para frente, para levantar sua espada longa, foi acometido por um mal súbito e caiu inerte. Era como se tivesse corrido no deserto por dias e estivesse tão cansado que não podia sequer levantar-se. A feiticeira usara, pela primeira vez, um antigo feitiço conhecido como o "Toque da Fadiga". Feitiço este que viria a usar muitas vezes em suas aventuras posteriormente.

Enquanto Mok se desvencilhava das cadeiras e tentava pegar sua espada para efetuar seu ataque, ainda deitado, o elfo impulsiona o corpo para trás com a perna que ainda estava sadia, aprontando o arco para um novo disparo e acertando novamente. Mok esticava o braço para apanhar a espada e a flecha o atravessou, na altura no bíceps. A dor fizera o guerreiro mercenário cair.

Ao mesmo tempo em que Mok caía, um novo virote, disparado por Erick acertava o elfo. Dessa vez, o ombro direito foi o alvo. O projétil veio zumbindo até atingir seu algo, um pouco abaixo da clavícula. Isso para um arqueiro significa fim do combate e naquele caso, para Gwain, possivelmente o fim de sua vida.

Nina levantou-se rapidamente e pode ver o elfo sendo atingido, quase mortalmente. Enquanto o mercenário engatilhava o que poderia ser o último virote para finalmente matar aquele estranho que salvara, pelo menos por enquanto, ela e seu amigo Dudu, a meio-elfo pôs as mãos rapidamente na sacola, puxando algo que só ela saberia o que viria a ser.

Com frieza e graciosidade, levantou uma as pernas, movimentado para frente e para trás, no que parecia mais ser um passo de dança. Estendeu o braço e balançou, fazendo um movimento de pêndulo, que quando atingiu a altura de sua cabeça, emanou uma luz mais forte que a anterior, branca e meio azulada. Ent]ao, após algumas palavras, um projétil luminoso saiu da ponta de seus dedos, indo na direção de seu inimigo, atingindo-o em cheio e fazendo-o deixar o virote cair.

Olhando para aquela cena, incrédulo, Blake marchou em direção da meio-elfo, ainda mais furioso. O braço estava coberto de sangue e não podia empunhar sua espada novamente, contudo, retirou uma adaga da bota com a outra mão e partiu para cima de Nina.


A parte final deste conto será publicada ainda nesta semana. Não percam!