sábado, 25 de fevereiro de 2012

Action Figures e Miniaturas - Paixão de colecionador!

Olá amigos

Enquanto as Crônicas Cinzentas não continuam, gostaria de compartilha com vocês minha mais nova aquisição. Um action figure do World of Warcraft, o Troll Priest Zabra Hexx.


Sim, adoro action figures. Sempre vejo pela internet e fico namorando eles pelo eBay, mercado livre ou mesmo em lojas especializadas... Mas entrar em uma loja física que só vende isso, é outra história.



Não bati fotos do lugar, mas aconselho a todos que moram ou por ventura viajem à São Paulo, visitem o bairro da Liberdade. Além dos action figures de jogos, filmes, animes (etc..) famosos, tem muitas outras coisas: Mangás e HQ's raros, miniaturas, camisetas, canecas... Tinha esquecido como é entrar numa loja e me sentir "bem vindo".

Aliás, miniaturas, além de colecionar, uso em minhas aventuras de RPG. São excelentes. Parte da minha coleção eu comprei pela web mesmo, mas é muito provável que ela aumente, em breve.


Aliás, miniaturas, além de colecionar, uso em minhas aventuras de RPG. São excelentes. Parte da minha coleção eu comprei pela web mesmo, mas é muito provável que ela aumente, em breve.


O que vocês acham? Óbvio que eu fico "mega empolgado" quando falo sobre isso. Tenho outras miniaturas, mas mostro em outra oportunidade. *principalmente as de Star Wars.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Escrevendo Aventuras de RPG

O Guerreiro Bardo faz uma pequena pausa nos contos para colocar em pauta um assunto
que tenho discutido na “time line” do Twitter. Estilos literários e narrativas de aventuras rpgisticas.
Acho que todos têm certa percepção e um ponto de vista bem definido
sobre o assunto. Como fui questionado recentemente por isso, resolvi postar
aqui a minha opinião. Gostaria que todos que puderem ler, respondessem via
comentário com opiniões, sugestões e críticas.



ESCREVENDO AVENTURAS DE RPG

Escrever sobre aventuras de RPG, das quais você participou seja como mestre
ou como jogador, parece algo simples e na verdade não tem muito segredo.
Contudo, a empolgação sobre a aventura vivida na mesa e a diversidade de
estilos de narrativa, podem intervir no resultado final do seu texto.

Em minha opinião, antes de começar a escrever, o primeiro ponto que deve
ser levado em consideração é imaginar qual o resultado final que você
espera, que tipo de impressão ou emoções quer passar ao leitor. E é baseado
nesse desejo que você vai optar pelo estilo mais apropriado.

O mais comum é querer impressionar o leitor com os detalhes da mesa, dos
jogadores, o uso das regras e seu conhecimento sobre o sistema. Para
isso, muitos amigos utilizam um método mais descritivo que gosto de chamar
de "Descrição da mesa".

Já vi alguns blogs que escrevem desse jeito e, em minha opinião, para
leitores quem gostam e entendem de role-play e do sistema utilizado adoram
esse estilo. Isso porque esse tipo de narrativa insere quem lê no seu
mundo, e este acaba se sentindo parte do universo. Geralmente, as
narrativas descrevem detalhes do que ocorrera na aventura, as ações e
reações de cada personagem, as jogadas de dados, tudo em uma visão de mesa
mesmo. Eu me divirto muito lendo textos assim.

O ponto negativo desta narrativa é que ela exclui, em partes, quem não
entende muito do sistema usado e leitores em geral, que não jogam RPG.
Ainda assim, ao público rpgista é um excelente método.

Quando a ideia é encher de emoção e demonstrar ao leitor a sua visão da aventura, o melhor método é o do "Conto Romanceado". Trata-se de, basicamente, contar a aventura como em um livro, excluindo qualquer detalhe de regras ou efeitos externos à mesa, narrando o mundo de fantasia como se fizesse parte dele.

Esse estilo de contos romanceados, eu ainda vejo com três subdivisões bem distintas: as narrativas em terceira pessoa, as narrativas em primeira pessoa e uma que mistura os dois estilos e que chamo de "leitura de diário". Trata-se de um terceiro, narrando uma aventura vivida em primeira pessoa. Confuso!? Então vamos lá.

A narrativa em terceira pessoa não tem segredo algum. O escritor assume o papel de um narrador, contando a história com uma visão externa. Geralmente, usado por mestres de mesas de RPG. É o modo mais fácil de dimensionar o que ele vê perante os demais. A narrativa não oscila, mesmo quando vai para detrás dos olhos dos personagens. Clássica... Simples e direta.

A narrativa em primeira pessoa é, justamente, o relato de alguém vivendo a história naquele instante. Não há pistas do futuro ou a visão de outras pessoas. Somente a sua perspectiva, suas impressões, suas noções do que passou e do que está por vir. Gosto de usar em alguns contos, mas é, em minha opinião, difícil de ser seguida por completo, contudo, talvez a melhor forma de um personagem narrar sua participação em uma aventura. Narrando de dentro, como parte de algo maior.

A narrativa "leitura de diário", apesar de parecer confusa, é bem simples. Ela geralmente começa como uma narrativa em primeira pessoa, contudo ela pode "sair do corpo" e avaliar outras impressões ou ocorrências. Pode ser justamente, alguém lendo um diário e tendo, no futuro, as impressões de quem viveu aqueles relatos. Ela pode oscilar dentre os estilos, indo para terceira pessoa e voltando para primeira sempre que necessário, porém mantendo uma continuidade coerente.

Os três estilos, bem comuns em diversos gêneros de livros, de suspense à fantasia. São fáceis de identificar quando se está lendo, mas é preciso de um pouco mais de atenção quando se escreve. E lembrando sempre que essa é a minha opinião e a minha impressão, que tem como premissas os meus conhecimentos literários.

Agora, qual a sua opinião? O que prefere ler e o que prefere escrever? Conhece outros estilos? Discorda de algum? Comente!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Crônicas Cinzentas - Fagorn, o Paladino [Parte 02]



Continuação...

Em uma noite, fria a chuvosa, Fagorn estava no celeiro, onde passava sempre muito tempo, sonhando com suas aventuras pelo mundo. Imaginava uma grande batalha nos confins da terra cinzenta, onde defendia a honra dos oprimidos com sua espada.

Enquanto disputava a peleja com seus inimigos imaginários, um estrondo o faz cair de um cavalete onde estava apoiado. Sua atenção foi direcionada no mesmo instante para a porta, mas manteve-se imóvel, atrás do monte de feno, onde caíra. Olhando fixamente para porta, levou um susto com uma nova batida que ocorrera. Claramente eram investidas contra a grande porta de carvalho, maciça, que mantinha o frio, a chuva e seja lá quem estivera tentando entrar, do lado de fora. Ainda imóvel, o jovem aprendiz estava atento.

Um terceiro e último estrondo, ainda mais forte que os dois primeiros ocorreram. Desta vez, fora o suficiente para arrebentar a tranca que segurava a porta. Um firme caibro que ficara disposto na horizontal e mantinha a entrada selada. O força foi tamanha que o fez estilhaçar em 3 pedaços.

Fagorn prendia a respiração, num misto de medo e excitação, com o que estava prestes a ocorrer. A fraca iluminação do celeiro permitia ver uma grande silhueta à porta, que lentamente adentrava ao lugar. Um cavalo branco, ornado com armaduras de guerra, douradas e reluzentes, marchava celeiro à dentro. Um poderoso garanhão, como o jovem jamais avistara, forte e imponente, trilhou seu caminho até aproximar-se de um monte de feno. Ali, ajoelhou e em seguida se deitou.

Os olhos de Fagorn moveram-se pairando sobre cela do belo animal, onde estava desfalecido, um cavaleiro. Um grande guerreiro, usando uma armadura prateada e reluzente, porém manchada do que parecia ser sangue deixava, lentamente, seu corpo cair da cela, deitando-se sobre o feno. Em seguida, o sagaz equino, levantou-se e foi até a grande porta, tentando encosta-la, possivelmente pra evitar o frio de entrar.

De longe, o aprendiz apenas observava tudo, sem mover um único músculo. Aquilo tudo estava muito além do que poderia compreender e isso o deixava ainda mais curioso, suprimindo seu medo. Então, num ato de coragem, ou de insanidade, deu um salto, pondo-se de pé e correu até a porta. Fora em direção a outro caibro, disposto em uma estante lateral, que pudesse substituir aquele que estava partido, para conseguir fechar a porta.

Assim que notou Fagorn, o poderoso garanhão virou-se para ele, preparando uma investida. Só então o aprendiz parou e pensou na possível estupidez que fizera, expondo-se daquela forma. Agora, estava frente a frente com o mais belo, porém amedrontador cavalo que já conhecera. Não haveria tempo para fugir ou tentar uma manobra de esquiva, seria atingido em cheio e sem chances para defesa.

Sem muitas alternativas, o jovem encarou o animal e ele fizera o mesmo, mantiveram-se assim por alguns instantes até que o cavalo de guerra afastou-se, sem qualquer reação ofensiva. Por mais alguns segundos o aprendiz permaneceu estagnado, sem respirar, até que uma forte e fria rajada de vento e chuva adentrou ao celeiro, açoitando seu rosto e libertando-o do transe. Só então pode concluir o que quisera, fechando novamente a porta e selando-a com o novo caibro.

Quando seu olhar se voltou ao cavalo novamente, ele estava deitado ao lado daquele que o montara. Os olhos do animal se mantinham em Fagorn, porém não mais com semblante de batalha e sim de curiosidade. Além de magnífico, o equino fora brilhantemente treinado, possivelmente por aquele que ali estava desfalecido. E como se estive diante de sua própria cria, vigiava com todo zelo seu cavaleiro.

Lentamente, o jovem aprendiz caminhou até onde estava cavaleiro e seu cavalo. Este segundo continuava acompanhando-o com o olhar, sem nenhuma reação, enquanto Fagorn se aproximava. Lá chegando, pode vislumbrar o grande cavaleiro, a grandiosidade de sua armadura e a gravidade de seus ferimentos.

A armadura prateada, reluzente, que podia refletir o movimento de cada chama acessa nas tochas daquele lugar, estava manchada pelo sangue que advinha de um corte profundo, próximo a axila esquerda. O espaço vulnerável da armadura, onde não havia placas, fora perfurado por um golpe poderoso de lança ou de uma grande espada. Os hematomas no rosto e as muitas marcas de golpes no restante da armadura, contavam a história de uma batalha travada, quase até a morte, que deixou o guerreiro naquele estado de quase morte.

Movido por sua compaixão, Fagorn afastou-se do cavaleiro e correu até um velho armário de madeira, mantido no celeiro, onde ficavam algumas mantas e itens de primeiros socorros. Quase tudo ali é para uso nos animais que serviam nos trabalhos do campo, mesmo assim podiam ser úteis, nas mãos certas. Mesmo muito jovem, o aprendiz tinha habilidade para fazer curativos ou medicar pequenos ferimentos. Passara muitos dias ajudando o curandeiro local e fazia isso de bom grado. Então, após apanhar alguns itens que julgou útil, correu novamente até o guerreiro caído.

Com muita dificuldade, Fagorn removera a parte superior da armadura do guerreiro e o que pode ver foi um corpo marcado pela dor e pelo sofrimento. Não havia um único local sem uma cicatriz ou um hematoma. Seja lá o que aquele guerreiro tivesse feito, deixou muitas pessoas descontentes.

O corte, próximo a áxila direita, tinha a largura de quatro dedos e havia rasgado a carne e os músculos do local. O aprendiz limpou a ferida com um mistura de água com um liquido de cheiro forte e que provocava certa ardência, porém excelente para remover todo tipo de sujeira e impurezas. Esse processo provocou alguns gemidos do guerreiro.

... ao menos está vivo...


Em seguida, aplicou uma pasta de ervas, usada em ferimentos de cavalos para conter a infecção e ajudar na cicatrização. Nos animais, o efeito era sempre muito positivo. Por último, cobriu o cavaleiro com uma grande manta, deixando apenas cabeça e o local o ferimento de fora, assim manteria seu corpo aquecido e a ferida bem ventilada.

Quando Fagorn terminou, com as mãos e roupas bem sujas de sangue, pode ouvir um murmúrio vindo do guerreiro, que mal conseguia abrir os olhos. Dentre as palavras proferidas e forma trêmula e rouca, pode discernir.

– Obrigado, meu filho...


Aquele singelo agradecimento, acalmou a alma do jovem aprendiz, que se levantou e foi se lavar e um balde que já transbordava de água da chuva, aparada de uma goteira. Depois de remover o sangue de suas mãos, subiu até a parte mais alta do celeiro, levando consigo uma manta. Resolveu dormir ali mesmo, para pela manhã, avisar um de seus mestres sobre o que havia acontecido. A excitação pelo que aconteceu e a ansiedade pelo que viria com o amanhecer o manteve acordado por mais algum tempo, até que seu sono, embalado pelo barulho da chuva venceu o Fagorn finalmente adormeceu.

...

Nota do autor:
Acredito que a apresentação de personagens de uma aventura, vai além sua origem e seus atributos físicos. Gosto de embasar seu comportamento e o modo como é visto pela sociedade que o cerca com acontecimentos de sua vida. Isso, em minha opinião, aproxima o leitor de cada um dos personagens aumenta seu envolvimento com a aventura.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Crônicas Cinzentas - Fagorn, o Paladino [Parte 01]

A história desse homem começa a aproximadamente cem anos atrás, quando ele ainda garoto, foi deixado às portas do Monastério das Almas, nos campos de sementes Vale do Sol. Um vale situado aos pés de uma colina conhecida Sussurro do Vento, ao sul da Floresta dos Sonhos Perdidos. No extremo sul do reino dos homens, a muitos dias de viagem daqui.

Os clérigos que viviam no monastério sempre foram bons homens, devotos dos deuses da bondade, como Yon e da justiça e coragem, como Heironeous. E estes educavam os jovens, orientando-os no caminho da luz. Com estes conceitos cresceu Fagorn Holypride ou "Orgulho Santo".

Hoje é conhecido como "O Cavaleiro da Justiça", "Defensor dos injustiçados", Paladino devoto de Heironeous, munido de uma "fé inabalável", seu nome ecoa pelos quatro cantos do reino do Rocha Branca e em toda a Terra Cinzenta ele é reconhecido... mas nem sempre foi assim. Em seu caminho, muitas vezes sua fé foi testada e por muitas vezes ele fraquejou. Era muito impulsivo e ingênuo. Os clérigos haviam o preparado muito bem seu espírito, os monges, fortalecido seu corpo, mas sua mente ainda era fraca, subjugada frente aos conhecimentos mundanos.

Fagorn sempre fora fisicamente muito forte. Alguns clérigos diziam que ele era filho de cavaleiros do leste, outros que são pai era um gigante do norte e sua mãe uma deusa. Apesar disso, a verdade sobre sua origem sempre fora um mistério, mas era visível que seus pais não eram daquela região, eles eram diferentes. Sua força, seu vigor e sua constituição física eram incríveis.

Enquanto ainda era apenas um aprendiz, ajudava nos campos de semente. Trabalhava durante todo o dia no cultivo da terra. Arando, plantando, colhendo, preparando o solo. Monges e clérigos acreditavam em uma ligação da natureza com suas divindades. Por isso, mantinham todo o meio ambiente ao seu redor em equilíbrio e harmonia. Tinham muito cuidado para não deixar que o cultivo exaurisse as terras. O braço forte de Fagorn ajudava com esses trabalhos.

O limite norte dos campos ficava próximo a um caminho. Uma rota de mercadores que cruzavam os reinos levando seus produtos. Muitos deles, compravam grãos no monastério para revender em outros lugares. Assim, ajudavam os que ali viviam, com mantimentos, roupas e demais coisas, e levavam sementes saudáveis, de todos os tipos, a diversos locais do mundo. Essa disseminação, mesmo que por um certo preço, era algo que os monges apreciavam.

Os monges e clérigos do Monastério das Almas orgulhavam-se muito do caminho que escolheram e instruíam seu pupilos a seguirem fazerem o mesmo. Assim, a linhagem de monges e de clérigos advindos dali se mantinha forte. Fagorn seria um excelente monge, devido sua força ou um abençoado clérigo, devido sua devoção, mas em seu interior, sabia que nenhum dos dois caminhos o realizava. Isso o frustrava e a seus mentores, que tinham medo de "perde-lo para mundo".

Certa vez, uma caravana de guerreiros que marchavam por aquelas terras, parou no monastério para abastecer seu estoque de água e ração. Enquanto a maioria se abastecia ou descansava, alguns faziam uma especie de jogo. Uma disputa de perícia com a espada, similar a esgrima. Fagorn, que na época tinha onze anos de idade, mas um corpanzil de quinze, observava fascinado as espadas girando no ar e se encontrando e movimentos perfeitos e sincronizados. Ele nunca tinha visto nada parecido.



Algumas semanas se passaram, depois que os guerreiros deixaram o lugar, mas todos os dias Fagorn comentava sobre o acontecido. Qualquer galho que encontrava pelo caminho se tornava uma espada, em sua imaginação e essa passou a ser sua principal diversão. Por muitas vezes ele fora advertido que guerreiros não tinham nenhum tipo de devoção ou crença e que faziam o que era preciso por dinheiro ou para seguir ordens. Aquilo sempre o deixava muito triste, contudo em seu íntimo, ele já sabia que seu destino estava no fio da espada, literalmente.

Todas as noites, Fagorn se escondia no celeiro e vivia suas aventuras. Lutava com suas espada de madeira, cujas formas havia delineado em um cabo de foice partido. Planejava o dia que deixaria o monastério e seguiria seu caminho e suas próprias aventuras. Então vinha o sentimento de culpa. Lembrava do que seus mestres falavam sobre os guerreiros e seus atos. Ao final, ajoelhava-se e pedia iluminação divina, depois guardava sua "espada" e ia dormir.

Naquele tempo, a ordem dos paladinos já não existia mais. Os mais jovens jamais tinham ouvido falar de tais homens e os mais antigos, os conheciam apenas em histórias contadas por seus pais ou mestres, quando crianças. Dizem que muitos paladinos foram corrompidos pelo "mal do mundo" outros taxados como fanáticos extremos e todos (ou quase todos) haviam sido expulsos das terras dos homens até virarem lendas. Por quase trezentos anos não se via ou ouvia falar de um homem paladino andando por essas terras. Só que isso estava pra mudar.

Continua...